sexta-feira, 9 de maio de 2008

Veja as ações mais indicadas por 11 corretoras para investir em maio

onsumo, bancos e construtoras dividem atenções com as sempre recomendadas Vale e Petrobras após grau de investimento
Confira abaixo as recomendações de 11 corretoras para o mês de maio






Fonte: Exame

Blue chips não serão as empresas mais beneficiadas pelo grau de investimento

Fator Corretora explica por que as estrelas do Ibovespa (Vale, Petrobras e siderúrgicas) subiram menos que a média com decisão da S&P
Por João SandriniEXAME
Empresas como Vale, Petrobras, CSN, Usiminas e Gerdau se acostumaram a puxar as valorizações do Ibovespa nos últimos meses. Além de lucros extraordinários, essas empresas tiraram proveito de uma conjuntura de mercado favorável. Investidores do mundo todo têm apostado alto em empresas ligadas ao setor de matérias-primas devido à forte demanda da China, aos gargalos que impedem o rápido aumento da produção de commodities e também ao aumento da aversão ao risco observado desde o início da crise do subprime. Além disso, os sucessivos cortes de juros determinados pelo Federal Reserve nos Estados Unidos ajudaram a desvalorizar o dólar e a inflar o preço das matérias-primas – que têm seus preços de referência atrelados à moeda americana. Desde a semana passada, quando o Brasil conquistou o grau de investimento da agência Standard & Poor’s, entretanto, as blue chips subiram, mas ficaram para trás em comparação a outros papéis da Bovespa. Seria então o momento de garimpar oportunidades entre as empresas de médio e pequeno porte?

Para a Fator Corretora, a resposta é sim. A coordenadora de análises da instituição, Lika Takahashi, acredita que o mercado vai se comportar nos próximos meses de forma oposta à verificada desde o ano passado. “Ações de empresas ligadas ao mercado doméstico devem ter resultados melhores que as produtoras de matérias-primas”, escreveu Lika no relatório “Brasil, Grau de Investimento – A Hora das Ações de Segunda Linha”, divulgado nesta segunda-feira. Ela lembra que blue chips como Vale, Petrobras, Usiminas, Aracruz e VCP já possuíam o grau de investimento antes de o país ser agraciado com o selo de bom pagador. Além disso, essas empresas deverão ser prejudicadas pela provável queda da cotação do dólar gerada pela maior atração de recursos para o país após a decisão da S&P.

Para a maioria dos analistas de mercado, o grau de investimento vai beneficiar principalmente as ações de empresas que terão custos menores de captação de recursos e poderão elevar suas vendas com a expectativa de juros mais baixos no longo prazo. Esse é o caso de bancos, empresas de bens de consumo e varejistas. Também saem ganhando companhias bastante endividadas ou com planos de investimento ambiciosos, como construtoras e geradoras de energia – todas terão custos mais baixos para implementar seus projetos. Como essas são empresas com menor peso no Ibovespa, a Fator Corretora decidiu manter sua projeção de 75 mil pontos para índice ao final deste ano.

Não há consenso, entretanto, se as empresas ligadas a commodities também não continuarão a registrar fortes valorizações nos próximos meses. Lika Takahashi, da Fator, acredita que já há um certo exagero nos atuais preços das commodities apesar da demanda ainda ser alta. Há incertezas sobre a continuidade da queda do dólar e o Fed já sinalizou uma pausa no movimento de queda dos juros em sua próxima reunião. Há duas semanas, porém, o estrategista global de mercado emergentes da Merrill Lynch, Michael Hartnett, afirmou que o rali das commodities só deve acabar quando os principais bancos centrais mundiais agirem para conter os preços das matérias-primas. E, ao menos até agora, o Fed não deu nenhum sinal de que voltará a elevar os juros – até porque a economia dos EUA continua sob o risco de recessão.

Tanto é verdade que o rali das commodities não pode ser dado como encerrado que Vale e Petrobras ainda são as ações indicadas pela maioria das corretoras para o mês de maio - inclusive estão na lista de preferidas da Fator. A Vale obteve reajustes de até 71% para o minério de ferro e de até 86% para as pelotas, altas que deverão beneficiar o balanço da empresa a partir deste segundo trimestre. Já a Petrobras elevou o preço da gasolina em 10% e o do diesel em 15% na semana passada, agradando um mercado que já começava a duvidar que houvesse um reajuste tão próximo às eleições municipais. Da mesma forma, siderúrgicas e fabricantes de celulose também conseguiram elevar os preços em mais de 10% nas últimas semanas. As ações ligadas ao consumo interno terão, então, que registrar fortes valorizações para superar as fabricantes de commodities.

Corretoras estimam alta de até 35% para o Ibovespa em 2008 e pode chegar a 86 mil pontos.

Credit Suisse é a instituição mais otimista entre as 13 consultadas pelo Portal EXAME, com previsão de Ibovespa em 86 mil pontos ao final do ano

PublicidadePor Francine De LorenzoEXAME A conquista do grau de investimento pelo Brasil ainda no primeiro semestre de 2008 deu um novo ânimo ao mercado acionário, que há tempos operava ressabiado devido à crise do crédito hipotecário de alto risco (subprime) nos Estados Unidos. O título já era esperado pelos analistas, mas ninguém imaginava que ele fosse chegar tão cedo. “O grau de investimento veio numa hora muito oportuna para o país. Ele reforça a credibilidade do Brasil num momento em que vários países estão sofrendo uma crise de confiança por causa do subprime”, diz Celso Boin Júnior, chefe da área de Análise da corretora Link.

Com a surpresa, algumas corretoras refizeram suas projeções para o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa). Os estudos apontam um potencial de alta de até 35% em 2008 (veja mais na tabela abaixo) e consideram um cenário bastante otimista para o mercado doméstico, com expansão do crédito, menos burocracia e aumento nos investimentos estrangeiros e do governo. “Daqui pra frente, deve haver um maior comprometimento com os investimentos públicos. Afinal, nenhum governo quer ser taxado como aquele que perdeu o grau de investimento”, diz Marcelo Faro, analista da corretora Intra.

Projeções para o Ibovespa em dezembro de 2008


A expectativa é de que os gargalos de infra-estrutura, a alta carga tributária e a morosidade nos processos, que tanto limitam os ganhos das empresas brasileiras, sejam aos poucos reduzidos. Hoje, esses fatores tornam as companhias brasileiras mais baratas que suas concorrentes no exterior, mas a tendência é de que essa diferença diminua à medida em que o Brasil vá se desenvolvendo. Por isso, na avaliação dos especialistas, a disparada de 9% no Ibovespa em apenas uma semana não deve desestimular novas aplicações na Bolsa. “O Brasil está começando a crescer de forma sustentável agora. Temos um mercado consumidor em forte expansão e estabilidade econômica – e é isso que atrai o investidor”, diz Boin Júnior.

Somente nos primeiros dois pregões após o grau de investimento o saldo das aplicações estrangeiras na Bovespa chegou a 1 bilhão de reais. E ainda pode vir a ser bem maior. Como grande parte dos fundos exige ao menos duas classificações de grau de investimento para aplicar no país, não são muitos os estrangeiros autorizados a colocar dinheiro no Brasil. Por enquanto, somente a Standard & Poor´s elevou a nota do Brasil a esse patamar, mas para os analistas, não deve demorar muito para Moody´s e Fitch seguirem o mesmo caminho.

Superada mais essa barreira, uma nova onda de recursos deve chegar à Bolsa, pressionando o Ibovespa. Manter o ritmo de crescimento, entretanto, será um novo desafio. “Ano que vem as empresas vão ter de mostrar que valem aquilo que o mercado está pagando. Senão, vamos ter ajustes”, diz Saulo Sabbá, diretor de Gestão da Máxima Asset Management.

Fonte:Exame